domingo, 22 de março de 2009

Risíveis Amores



"A moça sabia que era obrigada a aceitar qualquer coisa pelo simples fato de que se tratava de um jogo. Ela sabia que quanto mais longe o jogo fosse levado, mais seria um jogo e mais seria obrigada a jogar docilmente. De nada adiantaria pedir socorro à razão e avisar a alma espantada para guardar distância e não levar o jogo a sério. Justamente por ser um jogo, a alma não sentia medo, não se defendia e se abandonava ao jogo como a uma narcose.”
O Jogo da Carona - Risíveis Amores


Milan Kundera não se cansa de ser o melhor.
É incrível como a cada livro que leio ele consegue me envolver mais e mais. Declaradamente " A Insustentável Leveza do Ser" é meu livro preferido, mas Risíveis Amores me encantou tanto que o outro quase perdeu o seu posto.
Estava a algum tempo querendo lê-lo, mas ele me caiu nas mãos de um forma tão sublime que percebi que este era o momento de deixar mais uma vez este Tcheco adentrar a minha vida .
Risíveis Amores é constituído de sete histórias de amor extremamente originais, onde é trabalhado a falta de comunicação dos seres.
" O equívoco, seja ele de situações ou de sentimentos, é o que torna rísiveis os amores ..." diz o texto na contra-capa. Kundera nos leva através dos personagens à situações do dia-a-dia onde eles poderiam ser nós, onde involuntariamente você se identifica com alguma atitude ou pensamento contido no personagem.
Percebemos como é tão difícil se relacionar quando um simples diálogo não existe, quando nos equivocamos achando uma coisa que na realidade é outra.
Nem sempre expressamos o que realmente sentimos, esse medo do ridículo ou da situação pitoresca nos traz o envolvimento errado, uma ilusão perante aos fatos, uma utopia.
Ele desconstroi isso e nos convida a dar um basta na solidão humana e se abrir para atitudes mais palpáveis.

Um comentário:

Unknown disse...

Quero ler esse livro!