segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Quartett, quando o menos é mais


(...) A bestialidade da nossa conversa cansa a minha beleza. Mais uma mordida, mais uma patada. cada palavra rasga uma ferida, cada sorriso desnuda uma navalha. Deveríamos deixar nosso papel ser encenado por tigres. A arte cênica das feras (...)
Valmont

Após o terceiro sinal a luz se apaga e a platéia composta pela elite teatral de São Paulo que outrora emitiam ruídos sem fim, cala-se. Em meio ao silêncio celestial a claridade toma conta do palco, que em poucos segundos torna-se ainda mais luminoso com a presença da diva francesa Isabelle Huppert.

Mas em Quartett ela não está só.

Diriga por ninguém mais que Bob Wilson, um dos maiores encenadores do teatro mundial e tendo como companheiros de cena atores do Odéon-Théâtre de l'Europe, Isabelle dá vida à libertina dilacerada pelas mãos do escritor e dramaturgo alemão Heiner Muller.
Merteuil e Valmont o casal da trama, parecem não se incomodar com as farpas trocadas entre si, numa espécie de jogo sexual.

Tudo é perfeito. A cena acontece como em um filme, onde as cores do figurino e a iluminação complementam a atmosfera criada pela densidade que nos leva a uma profundidade emocional guiada pelo texto fortíssimo e pela atuação concisa.

A luz volta a apagar-se, porém desta vez o silêncio do blackout dá lugar à incessáveis palmas e gritos merecidos de Bravo.
Serviço: Quartett ( França )
SESC Pinheiros
http://www.sescsp.org.br/
Dia(s) 12/09, 13/09, 15/09, 16/09
Sábado, terça e quarta, às 21h e domingo, às 18h.

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