quinta-feira, 12 de julho de 2012

A dama do tablado


Fernanda Montenegro conta sua trajetória artística, a vida familiar e o desafio de subir ao palco sem seu companheiro

O foco de luz branca ilumina cadeira solitária no meio do palco. É ali, no ambiente sagrado de sua profissão que Fernanda Montenegro, atriz ímpar do teatro brasileiro, irá festejar seus 80 anos, dedicados a tantas outras vidas.

Prestes a interpretar a célebre Simone de Beauvoir no monólogo "Viver Sem Tempos Mortos", Fernanda enfrenta um dos maiores desafios de sua trajetória, subir pela primeira vez ao palco sem a presença física de seu companheiro de tantas histórias, Fernando Torres.

Carregar vivências e memórias de tantas mulheres cômicas e trágicas na bagagem fez com que a menina Arlete, nome verdadeiro da atriz, aprendesse a domar suas emoções e seguisse da coxia aos holofotes do tablado.

"Eu carrego tudo das personagens, elas me formaram como um painel de experiências humanas", conta a dona do teatro nacional. Para seus filhos a genética herdada foi o amor pela arte que, como destino típico das tragédias gregas, encaminhou suas trajetórias para a mesma sina dos pais.

As rugas que rodeiam seus olhos marcados pelas oito décadas não apagam o brilho no olhar. Ao contrário. fortalecem a mulher que encara este novo momento da sua vida sem seu eterno "Sartre".

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